O pedido surge apesar de o Parlamento Europeu ter aprovado um mecanismo de salvaguarda crucial para proteger os agricultores europeus. Na última semana, o Parlamento Europeu deu um passo importante ao aprovar, com 431 votos a favor, uma cláusula de salvaguarda bilateral.

Este mecanismo permite à UE suspender temporariamente as preferências pautais sobre produtos agrícolas dos países do Mercosul (Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai) caso as importações causem um "aumento prejudicial" ou uma "diminuição indevida dos preços" que prejudique os produtores europeus.

A Comissão Europeia comprometeu-se a monitorizar de perto as importações de produtos sensíveis e a iniciar investigações rápidas se forem detetados aumentos de, pelo menos, 10% nas importações a preços 10% inferiores aos do mercado interno. Contudo, a crescente pressão dos agricultores franceses, que organizaram protestos em massa cortando estradas e linhas de comboio no sudoeste do país, levou o governo de Paris a pedir o adiamento da assinatura. Os agricultores franceses opõem-se ao acordo, temendo a concorrência desleal de produtos sul-americanos que não estão sujeitos às mesmas normas ambientais e sanitárias.

A Comissão Europeia, por sua vez, aumenta a pressão sobre a França, argumentando que o acordo é urgente devido às mudanças no panorama geoeconómico global, deixando o futuro do pacto em suspenso.