O Presidente do Conselho Europeu, António Costa, assegurou que os líderes não sairão do encontro “sem uma decisão”, mas o caminho para o consenso revela-se complexo.

A principal proposta em cima da mesa, defendida pela Comissão Europeia, consiste na utilização dos lucros gerados pelos ativos russos congelados na UE para financiar um empréstimo a Kiev.

No entanto, a Bélgica, que detém a maior parte desses ativos, exige garantias de que não arcará sozinha com os riscos legais e financeiros.

A Hungria, pela voz do seu primeiro-ministro Viktor Orbán, foi mais longe, afirmando que “usar o dinheiro significa guerra”.

Esta oposição interna ameaça a credibilidade da UE, como alertou o primeiro-ministro polaco, Donald Tusk: “Ou dinheiro hoje, ou sangue amanhã”.

Paralelamente, os EUA, que lideram conversações de paz, pressionam a Europa a abandonar esta via, segundo fontes ucranianas.

Enquanto a diplomacia se debate, Vladimir Putin intensifica a sua retórica, chamando os líderes europeus de “porquinhos” e afirmando que a ameaça russa é uma “histeria” e “disparates”. Garantiu que a Rússia alcançará os seus objetivos, seja pela diplomacia ou pela força, prometendo conquistar os seus “territórios históricos russos” na Ucrânia e admitindo que o país se prepara para mais um ano de guerra.

O Kremlin anunciou ainda que o novo míssil hipersónico Oreshnik entrará em serviço antes do final do ano, reforçando a sua capacidade militar.