O incidente, captado por câmaras de vigilância, levou as autoridades estónias a pedir explicações a Moscovo e a reforçar a segurança na zona, embora desvalorizando um risco imediato para a segurança nacional.

O ministro da tutela, Igor Taro, confirmou que, após a deteção de “movimentações estranhas”, três guardas russos desembarcaram e cruzaram a fronteira, regressando pouco depois.

O Ministério dos Negócios Estrangeiros estónio convocou o encarregado de negócios russo em Talin e agendou um encontro entre os responsáveis fronteiriços dos dois países.

Este não é um episódio isolado; no ano passado, a Rússia já tinha provocado a Estónia ao retirar boias de delimitação do mesmo rio.

A violação da fronteira externa da NATO ocorre num momento de crescente preocupação com as intenções de Moscovo. Em resposta à ameaça russa, a Estónia já iniciou a construção de uma linha defensiva ao longo da sua fronteira de mais de 290 quilómetros. O projeto, que se estenderá até ao final de 2027, prevê a instalação de 600 bunkers subterrâneos, projetados para proteger os militares contra artilharia de 152 milímetros, e uma trincheira antitanque com 40 quilómetros de extensão. O tenente-coronel Ainar Afanasjev, das Forças de Defesa da Estónia, sublinhou que a localização destas estruturas está a ser cuidadosamente coordenada com os planos de defesa do Exército, adaptando-se às características do terreno para maximizar a sua eficácia.