A situação humanitária na Faixa de Gaza atingiu um nível catastrófico, com a chegada do inverno a agravar o sofrimento de uma população já devastada pela guerra. Organizações internacionais como a UNICEF e a B'Tselem alertam para o risco iminente de uma crise de saúde pública, mortes por hipotermia e a continuação da destruição de infraestruturas, apesar do cessar-fogo em vigor. A UNICEF descreve a situação como "realmente horrível para as crianças", que vivem em tendas improvisadas, muitas vezes inundadas pelas chuvas intensas, com pouca roupa e em condições de higiene precárias. Jonathan Crickx, diretor de comunicação da organização, alertou que "as crianças, especialmente os bebés, podem morrer de hipotermia".
Pelo menos 14 crianças já terão morrido devido ao frio.
O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, expressou a sua consternação, afirmando que "parte o meu coração" ver o sofrimento em Gaza, onde mais de 75% da população enfrenta insegurança alimentar extrema. Apesar de a fome ter terminado formalmente com o cessar-fogo de 10 de outubro, a OMS reporta que mais de 1.000 doentes morreram à espera de evacuação médica. A ONG israelita B'Tselem acusa Israel de continuar uma política de destruição deliberada de bairros inteiros, mesmo após o cessar-fogo, para impedir o regresso dos palestinianos. Recentemente, um ataque israelita a uma escola usada como abrigo na Cidade de Gaza resultou na morte de cinco pessoas, segundo a Defesa Civil local, num sinal da fragilidade da trégua.
Em resumoApesar do cessar-fogo, a crise humanitária em Gaza continua a aprofundar-se, com o inverno a exacerbar as condições de vida desumanas para milhões de deslocados. Os apelos internacionais por mais ajuda, acesso sem restrições e respeito pelo direito humanitário intensificam-se, enquanto a violência esporádica e a destruição contínua ameaçam qualquer perspetiva de recuperação.