Exilado nos Emirados Árabes Unidos desde 2020 devido a escândalos financeiros, o antigo monarca expressa o desejo de regressar a Espanha e aborda temas delicados da sua vida, incluindo a sua relação com a Rainha Sofia, o filho Rei Felipe VI e o ditador Francisco Franco.
Apesar de viver separado de Sofia há anos e dos seus conhecidos casos extraconjugais, Juan Carlos dedica palavras de afeto à mulher, afirmando: "Apesar dos meus deslizes, fiz tudo o que pude para cuidar do bem-estar dela."
Acrescenta que "nada, jamais, apagará os meus profundos sentimentos pela minha mulher, Sofia, minha rainha".
Em contraste, manifesta amargura em relação ao filho, o atual rei, acusando-o de ter sido "insensível" e de lhe ter "virado as costas por dever".
A obra revela também a sua admiração por Franco, com quem manteve "relações pessoais e frequentes".
Juan Carlos descreve o ditador como alguém que respeitava "enormemente" pela sua "inteligência e o seu sentido político", afirmando que Franco lhe deu "mãos livres" para iniciar as reformas democráticas. O livro surge numa altura em que Juan Carlos foi excluído das comemorações oficiais dos 50 anos da democracia espanhola, um evento que o rei emérito parece querer usar para reivindicar o seu papel histórico na transição do país.









