As revelações, escritas desde o seu exílio em Abu Dhabi, prometem abalar a monarquia espanhola, visando diretamente a nora, a Rainha Letizia.
Publicado em novembro de 2025, o livro apresenta uma série de acusações e confissões que expõem as fraturas no seio da família real. Juan Carlos acusa frontalmente a Rainha Letizia de ter sido uma força divisora, afirmando que ela o afastou das netas e semeou a discórdia: “Ela dividiu-nos a todos, afastou o meu filho dos pais, das irmãs e dos amigos de infância”.
Esta declaração de “guerra” é vista como uma tentativa do rei emérito de ajustar contas e influenciar a sua imagem pública.
Para além das críticas à nora, Juan Carlos dedica palavras de afeto à Rainha Sofia, reconhecendo os seus “deslizes” mas afirmando que “nada, jamais, apagará os meus profundos sentimentos” por ela.
Um dos capítulos mais comoventes é 'A Tragédia', onde, pela primeira vez, detalha o acidente de 1956 em Estoril, que resultou na morte do seu irmão de 14 anos, Alfonso. O ex-monarca descreve o momento em que uma pistola que ambos manuseavam disparou acidentalmente: “A bala fez ricochete e atingiu o meu irmão diretamente na testa.
Ele morreu nos braços do nosso pai”.
Confessa que nunca recuperou desta tragédia, que o acompanhará “para sempre”.
O livro surge num contexto em que Juan Carlos vive exilado desde 2020 devido a escândalos financeiros, expressando sentir-se abandonado pelo filho, o Rei Felipe VI, a quem considera “insensível”.









