Um dos temas mais sensíveis é a morte do seu irmão de 14 anos, Alfonso, em 1956, na residência da família no Estoril, Portugal.
Pela primeira vez, o rei emérito relata o acidente, afirmando que estavam "a brincar" com uma pistola da qual pensavam ter retirado o cartucho.
"Foi disparado um tiro para o ar, a bala fez ricochete e atingiu o meu irmão diretamente na testa", explica, descrevendo a tragédia como algo de que nunca recuperou.
O livro também mergulha nas complexas dinâmicas familiares atuais.
Juan Carlos acusa a sua nora, a Rainha Letizia, de ter criado um fosso na família, afastando o Rei Felipe VI dos "pais, das irmãs e dos amigos de infância".
O monarca exilado em Abu Dhabi desde 2020 expressa sentir-se abandonado pelo filho, a quem acusa de ter sido "insensível".
Apesar dos seus conhecidos "deslizes" e da separação de facto, Juan Carlos dedica palavras de apreço à Rainha Sofia, afirmando que "nada, jamais, apagará os [seus] profundos sentimentos" por ela e que fez o que pôde para cuidar do seu bem-estar. A publicação destas memórias é vista como uma tentativa de Juan Carlos de moldar o seu legado e reconciliar-se com a sua história, embora as revelações prometam intensificar o debate público sobre o seu reinado e o futuro da coroa espanhola.









