A Tesla anunciou a concessão de um prémio provisório de 96 milhões de ações ao seu diretor-executivo, Elon Musk, avaliado em cerca de 29 mil milhões de dólares (25,43 mil milhões de euros). A decisão surge num contexto de intensa batalha judicial sobre o plano de remuneração de 2018 e visa garantir a permanência do CEO numa fase crítica para a empresa. A medida representa uma tentativa de contornar a anulação judicial do plano de remuneração original de 2018, estimado em 56 mil milhões de dólares, que foi invalidado por uma juíza do Delaware em janeiro de 2024. A magistrada considerou que os acionistas receberam informações "erradas" e "enganosas" sobre o conselho de administração antes de aprovarem o plano. Apesar de os acionistas terem validado novamente o pacote em junho de 2024, a justiça voltou a rejeitá-lo em dezembro.
Para contornar o impasse, a Tesla criou um comité especial que deliberou a favor desta "recompensa provisória".
A justificação oficial, partilhada na plataforma X, centra-se na necessidade de reter Musk num contexto de "guerra cada vez mais intensa por talentos em inteligência artificial" e na importância de "honrar o acordo celebrado em 2018".
A empresa reforçou a sua posição com a máxima "um acordo é um acordo".
Este prémio provisório permite a Musk recomprar as 96 milhões de ações ao preço de exercício de 2018, 23,34 dólares, um valor muito inferior à cotação atual de 302,6 dólares, o que materializa o ganho bilionário.
Analistas, como os da Wedbush Securities, consideram que "Musk continua a ser o principal trunfo da Tesla", sublinhando que a questão da remuneração tem sido uma "preocupação constante dos acionistas desde o início da saga de Delaware". A decisão reflete a convicção do conselho de administração de que a permanência de Musk é vital para o futuro da empresa, especialmente num ponto de inflexão crucial para a sua estratégia em IA e condução autónoma.
Em resumoA Tesla aprovou um prémio provisório bilionário para Elon Musk para garantir a sua liderança, contornando a anulação judicial do seu plano de remuneração de 2018. A medida, justificada pela necessidade de reter talento e honrar acordos, reflete a importância estratégica do CEO para o futuro da empresa, apesar da contínua incerteza legal.