A operação, que visa retirar a empresa de bolsa, gerou uma forte reação negativa do mercado devido à baixa contrapartida oferecida.
A OPA tornou-se obrigatória após a Mota-Engil, que já detinha 37,5% da Martifer, se ter juntado ao acordo parassocial entre a Visabeira e a I’M, a holding dos irmãos Martins. A nova estrutura de controlo prevê que a Visabeira e a Mota-Engil passem a deter, cada uma, 37,5% do capital, enquanto a participação dos fundadores será reduzida para 25%, com um plano para a sua saída gradual da empresa nos próximos dois anos.
O objetivo final é retirar a Martifer de bolsa. No entanto, a contrapartida de 2,057 euros por ação foi considerada baixa pelos investidores, resultando numa queda de mais de 15% dos títulos da empresa no dia do anúncio, para 2,32 euros. Analistas descreveram a situação como “anormal”, uma vez que o valor da OPA foi lançado abaixo do preço de mercado, sem oferecer qualquer prémio aos acionistas. Octávio Viana, da associação de pequenos investidores ATM, afirmou que “o preço não reflete o valor justo da ação” e que “não há partilha de sinergias com os restantes acionistas”.
Este cenário coloca os minoritários perante um dilema: vender a um preço considerado injusto ou arriscar ficar presos a uma sociedade não cotada, com liquidez reduzida e sob o “controlo esmagador” do novo núcleo acionista.