A isenção das tarifas norte-americanas, confirmada por responsáveis taiwaneses, foi justificada pelo forte investimento da TSMC nos Estados Unidos, nomeadamente com a construção de fábricas no Arizona. Esta medida é vista como um reforço do chamado “escudo de silício” de Taiwan e foi recebida com otimismo pelos mercados, levando as ações da empresa a atingir um novo máximo e a sua capitalização bolsista a aproximar-se da das gigantes tecnológicas norte-americanas. Um responsável do Conselho Nacional de Desenvolvimento de Taiwan afirmou que, “sendo o principal exportador de Taiwan e tendo fábricas nos Estados Unidos, a TSMC está isenta”.

Em contraste com esta vitória diplomática e económica, a empresa enfrenta uma grave crise interna.

As autoridades de Taiwan estão a investigar uma alegada fuga de segredos comerciais por parte de engenheiros da TSMC para as empresas japonesas Tokyo Electron e Rapidus, um caso considerado um risco para a segurança nacional. Este duplo cenário ilustra a posição complexa da TSMC: por um lado, é um parceiro estratégico indispensável para os EUA na sua guerra comercial tecnológica; por outro, é um alvo constante de espionagem industrial num setor altamente competitivo.