A contrapartida de 2,057 euros por ação, que tem como referência o preço médio ponderado dos últimos seis meses, foi considerada injusta por estar 11% abaixo da última cotação.
Esta situação levou as ações da Martifer a afundarem 15,33% para 2,32 euros no dia do anúncio, após terem estado suspensas.
A Associação de Investidores (ATM), através do seu presidente Octávio Viana, manifestou o descontentamento dos acionistas, afirmando que “o preço não reflete o valor justo da ação” e que “não há partilha de sinergias [resultantes da entrada da Visabeira como parceiro de negócios] com os restantes acionistas”. Viana admite mesmo a possibilidade de “exigir a fixação da contrapartida por auditor independente”. Analistas de mercado corroboram esta visão, com Vítor Madeira, da XTB, a classificar a oferta como “uma situação anormal, já que o valor da OPA foi lançado abaixo do preço de mercado”. Os investidores minoritários enfrentam um dilema: vender a um preço que consideram baixo ou arriscar ficar “presos a uma sociedade com o controlo ‘esmagador’ dos acionistas”, caso a empresa seja retirada de bolsa.
O plano dos oferentes é que a Mota-Engil e a Visabeira passem a deter 37,5% cada uma, e a I’M, dos irmãos Martins, 25%.
A Mota-Engil, por sua vez, viu as suas ações valorizarem na sequência da notícia, subindo 3,18% na sessão de quarta-feira e continuando a tendência positiva no dia seguinte com uma subida de 4%.