A situação está a gerar nervosismo nos mercados e a levantar questões sobre o futuro da liderança da empresa no setor dos veículos elétricos. As vendas da Tesla caíram 13% na primeira metade de 2025, com a empresa a produzir mais carros do que vendeu no segundo trimestre. A quebra é visível globalmente: na China, a sua quota de mercado caiu de 6,9% para 5,5% em junho, e na Europa as vendas afundaram 32% no primeiro semestre, com um recuo de 58,2% na Alemanha.
Esta crise é atribuída a vários fatores, incluindo uma gama de produtos envelhecida, com o Model S a ter já 13 anos.
No entanto, o conflito entre Elon Musk e Donald Trump assume um papel central.
A disputa, que começou com críticas de Musk à política fiscal de Trump, escalou com retaliações do presidente, que baniu isenções fiscais para a compra de carros elétricos. A batalha, travada nas redes sociais, está a prejudicar a imagem da marca, com alguns proprietários a afirmar: “Comprei isto antes de o Elon enlouquecer”.
Os resultados financeiros refletem esta realidade, com a faturação líquida a cair 16% no primeiro semestre.
As receitas dos créditos de emissões, uma importante fonte de lucro, diminuíram para metade. A reação do mercado foi severa, com as ações a caírem mais de 14% a 5 de junho, resultando numa perda de 153 mil milhões de dólares. Analistas como Jed Dorsheimer, da William Blair, criticam a aparente falta de foco de Musk na Tesla, afirmando que “o que os investidores querem é um CEO que cuide da sua empresa”.