A reação negativa do mercado foi desencadeada por resultados desapontantes de uma pílula experimental contra a obesidade, mostrando a sensibilidade dos investidores aos desenvolvimentos específicos de produtos.
A empresa tinha razões para otimismo, impulsionada pela forte procura dos seus medicamentos para perda de peso já no mercado, Zepbound e Mounjaro, que superaram as estimativas dos analistas. Com base neste sucesso, a Eli Lilly aumentou as suas previsões de vendas anuais para um intervalo entre 60 e 62 mil milhões de dólares e os lucros ajustados para 21,75 a 23 dólares por ação.
No entanto, o mercado focou-se nas más notícias.
Os resultados do fármaco oral experimental orforglipron não corresponderam às expectativas, o que lançou dúvidas sobre o futuro do pipeline de produtos da empresa nesta área altamente competitiva e lucrativa.
A queda das ações para 640,86 dólares foi uma das mais acentuadas do dia em Wall Street e ilustra um fenómeno comum no setor farmacêutico: o valor de uma empresa está intrinsecamente ligado não apenas ao seu desempenho atual, mas também ao potencial percebido dos seus futuros medicamentos. Mesmo com uma previsão geral positiva, um único revés num ensaio clínico pode apagar milhares de milhões em capitalização de mercado, como foi o caso.
A reação dos investidores demonstra que a confiança no pipeline de inovação é tão ou mais importante do que os lucros correntes.