Esta medida marca uma nova e invulgar fase na guerra tecnológica e comercial entre as duas maiores economias do mundo.

Este acordo surge num contexto de elevadas tensões, após a administração Trump ter congelado a venda destes componentes estratégicos no início do ano.

O pacto afeta especificamente os chips H20 da Nvidia e MI308 da AMD, vitais para o treino de modelos de IA em grande escala. A decisão de retomar as exportações, embora com esta condição, poderá render mais de 2 mil milhões de dólares aos cofres dos Estados Unidos, transformando o governo num parceiro efetivo nestas operações comerciais. A solução, descrita como "incomum", assemelha-se ao conceito de "golden share" (ação de ouro), que confere poder de veto em decisões que afetam a segurança nacional. O Departamento de Comércio dos EUA começou a emitir as licenças de venda para o H20 depois de o CEO da Nvidia, Jensen Huang, se ter reunido com o Presidente Donald Trump na Casa Branca. A complexidade da situação é ainda acentuada pela polémica em torno da segurança destes chips; a Nvidia viu-se obrigada a negar publicamente a existência de "portas traseiras" nos seus processadores H20, em resposta a insinuações de meios de comunicação estatais chineses, que levantaram a possibilidade de funções de rastreio ou encerramento remoto estarem integradas nos componentes. Este episódio sublinha a desconfiança mútua e a importância estratégica que ambos os países atribuem ao domínio da tecnologia de IA.