A empresa dinamarquesa de energias renováveis Ørsted sofreu uma quebra histórica em bolsa, com as suas ações a afundarem perto de 30% na segunda-feira. A queda abrupta seguiu-se ao anúncio da necessidade de um aumento de capital de cerca de 8 mil milhões de euros (ou 9,4 mil milhões de dólares) para financiar projetos nos Estados Unidos. O colapso das ações da Ørsted, que atingiram um mínimo inédito, foi uma reação direta dos investidores à maior venda de ações de uma empresa de energia europeia em mais de 15 anos. Segundo o CEO, Rasmus Errboe, a empresa enfrenta uma "situação extraordinária face aos desenvolvimentos de mercado adversos nos Estados Unidos", agravada por desafios macroeconómicos na cadeia de valor.
As dificuldades estão centradas no projeto eólico offshore Sunrise Wind, onde potenciais parceiros terão desistido após a instabilidade gerada por uma ordem do Presidente Trump para parar um projeto concorrente.
Embora a ordem tenha sido revertida, o CEO da Ørsted afirmou que o risco percecionado pelos investidores "aumentou significativamente" desde então.
O impacto deste evento não se limitou à empresa dinamarquesa; a queda abrupta gerou um efeito de contágio que penalizou todo o setor de energias renováveis na Europa. Empresas como a portuguesa EDP Renováveis e a Vestas Winds viram as suas cotações recuar, com o setor de *Utilities* a ser um dos mais penalizados da sessão.
Para a Ørsted, este foi mais um capítulo numa trajetória descendente, marcando o quinto ano consecutivo de perdas em bolsa.
Em resumoA Ørsted sofreu uma queda bolsista de quase 30% para mínimos históricos após anunciar um aumento de capital de 9,4 mil milhões de dólares. A decisão foi motivada por dificuldades em projetos eólicos nos EUA, exacerbadas pela incerteza política, e teve um impacto negativo em todo o setor europeu de energias renováveis.