A desvalorização foi uma reação direta ao anúncio do governo polaco de aumentar significativamente os impostos sobre o setor bancário do país. A proposta do governo da Polónia, liderado por Donald Tusk, prevê um aumento da taxa de imposto sobre os rendimentos dos bancos de 19% para 30% já em 2026, com o objetivo de financiar o aumento da despesa em Defesa para 5% do Produto Interno Bruto (PIB).
A medida, que segundo o vice-ministro das Finanças polaco, Jaroslaw Neneman, deverá gerar receitas adicionais de aproximadamente 6,5 mil milhões de zlotis no próximo ano, provocou uma reação imediata e severa nos mercados.
As ações do Bank Millennium, detido em 51% pelo BCP, chegaram a cair cerca de 8% na bolsa de Varsóvia. Consequentemente, o BCP foi diretamente penalizado em Lisboa, com os seus títulos a desvalorizarem mais de 2,6%, para cerca de 0,77 euros.
Este evento específico teve um impacto alargado, contribuindo para que a bolsa portuguesa encerrasse a semana em terreno negativo, contrariando a tendência otimista da maioria das suas congéneres europeias.
O sentimento negativo alastrou-se a todo o setor bancário polaco, com o maior banco cotado do país, o PKO Bank Polski, a registar também perdas superiores a 8%, demonstrando a apreensão generalizada dos investidores face a um aumento tão significativo da carga fiscal.