A divulgação dos seus resultados do primeiro semestre, considerados os melhores de sempre, gerou reações contraditórias no mercado, ilustrando a complexidade do sentimento dos investidores em relação à construtora. A empresa anunciou um aumento de 20% no lucro do primeiro semestre, para 59 milhões de euros, e um volume de negócios de 2.745 milhões de euros.

No entanto, a reação inicial do mercado foi negativa.

No dia da apresentação dos resultados, as ações da Mota-Engil lideraram as perdas no PSI, caindo 1,73%. Esta desvalorização inicial sugere que, apesar dos lucros robustos, as expectativas do mercado poderiam ser ainda mais elevadas ou que outros fatores, como o endividamento ou as perspetivas futuras para o setor da construção, estariam a pesar na decisão dos investidores.

Contudo, o sentimento inverteu-se drasticamente na sessão seguinte.

As ações da construtora recuperaram e lideraram os ganhos do PSI, com uma valorização de quase 3% na manhã de quinta-feira, chegando a atingir um salto de 6% durante o dia. Esta recuperação foi impulsionada não só pela reavaliação dos resultados positivos, mas também por notícias de que a empresa estaria interessada em expandir a sua atuação para o setor portuário, um movimento estratégico que poderá abrir novas fontes de receita e crescimento. A oscilação acentuada das ações da Mota-Engil ao longo da semana reflete a dinâmica de um mercado que, por um lado, penaliza qualquer desvio em relação às expectativas mais otimistas e, por outro, reconhece rapidamente o valor fundamental e o potencial de crescimento a longo prazo da empresa.