A Oferta Pública de Aquisição (OPA) hostil do BBVA sobre o seu rival Sabadell avançou um passo decisivo na última semana, com a aprovação da Comissão Nacional do Mercado de Valores (CNMV) de Espanha a uma proposta melhorada. A nova oferta, avaliada em 17 mil milhões de euros, representa um aumento de 10% face à proposta anterior e estende o prazo para os acionistas do Sabadell aceitarem o negócio. A proposta atualizada do BBVA oferece agora uma ação sua por cada 4,8376 ações do Sabadell, eliminando a componente em dinheiro da oferta anterior. Esta nova estrutura, totalmente em ações, avalia o Sabadell em 17 mil milhões de euros, contra os 15,5 mil milhões anteriores, e representa um prémio de 2,89% face ao fecho do mercado de quarta-feira.
O presidente do BBVA, Carlos Torres, classificou a nova oferta como "extraordinária, com uma valorização e preços históricos".
No entanto, a administração do Sabadell mantém a sua oposição.
O presidente executivo, César González-Bueno, reiterou que "a oferta é má".
A CNMV aprovou as novas condições, e o prazo para os acionistas aceitarem foi prolongado até 10 de outubro. A reação do mercado foi negativa para o oferente, com as ações do BBVA a caírem perto de 2% após o anúncio. A operação continua a enfrentar obstáculos, incluindo a oposição do governo espanhol, que impôs como condição a manutenção de personalidades jurídicas separadas para ambos os bancos durante um período mínimo de três anos para proteger o "interesse geral".
Em resumoO avanço da OPA hostil do BBVA sobre o Sabadell intensifica a saga de consolidação no setor bancário espanhol. Apesar da melhoria da oferta, que obteve a 'luz verde' do regulador, a proposta continua a enfrentar a resistência da administração do Sabadell e as condições impostas pelo governo espanhol, antecipando um desfecho incerto para uma das maiores operações bancárias da Europa.