O Banco de Fomento de Angola (BFA) estreou-se com sucesso na bolsa de Luanda (Bodiva), com as suas ações a dispararem 25% no primeiro dia de negociação, culminando o maior IPO da história do mercado de capitais angolano. A operação, que terminou na semana passada, envolveu a venda de 29,75% do capital do banco por parte dos seus dois acionistas, a Unitel (controlada pelo Estado angolano) e o banco português BPI. A procura pelas ações foi cinco vezes superior à oferta, permitindo que a venda fosse concretizada no preço máximo do intervalo, 49.500 kwanzas por ação.
No total, a operação gerou um encaixe de 220,9 mil milhões de kwanzas (cerca de 205,7 milhões de euros), com o BPI a arrecadar aproximadamente 101 milhões de euros pela venda da sua participação de 14,75%.
Esta venda surge no seguimento da pressão exercida pelo Banco Central Europeu para que os bancos europeus, como o BPI, reduzam a sua exposição ao mercado angolano.
Apesar do forte desempenho na estreia, o volume de negociação foi reduzido, com apenas seis negócios a movimentarem 63 ações, num total de cerca de 3.600 euros. Este facto expõe as limitações estruturais e os desafios de liquidez que o mercado de capitais angolano ainda enfrenta, apesar do sucesso e do interesse gerado por esta operação histórica. A estreia do BFA, que se tornou a quinta empresa cotada em Luanda, atraiu 8.488 novos acionistas, diversificando a base societária do banco.
Em resumoA estreia do BFA na bolsa angolana foi um marco histórico, com uma forte valorização inicial e uma procura que superou largamente a oferta, garantindo um encaixe financeiro significativo para os vendedores BPI e Unitel. No entanto, o baixo volume de negociação no primeiro dia evidencia os desafios de liquidez que o mercado local ainda precisa de superar.