A reação do mercado foi imediata e avassaladora.

Após a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) ter suspendido a negociação na sexta-feira para permitir a absorção da informação, os títulos regressaram à bolsa na segunda-feira e fecharam com uma subida de 96,83%, para 0,248 euros, o valor mais elevado desde abril de 2022. O volume de negociação foi excecionalmente alto, com cerca de 14,5 milhões de ações a trocarem de mãos, o que equivale a 17,8% do capital em circulação livre. A valorização teve um impacto direto na fortuna de Francisco Pinto Balsemão, que aumentou significativamente.

A especulação em torno do negócio adensou-se quando a Impresa, num segundo comunicado a pedido da CMVM, admitiu que “não se encontra afastada a possibilidade da aquisição por este [MFE] de uma participação relevante (direta ou indireta) para efeitos de controlo na Impresa”. Fontes próximas do processo indicam que o negócio poderá envolver a aquisição de 75% da Impreger, o que obrigaria ao lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a totalidade das ações da Impresa. Esta operação é vista como uma potencial salvação financeira para o grupo português, que tem enfrentado dificuldades, com prejuízos de 66,2 milhões em 2024 e uma dívida considerável.