BFA estreia-se em bolsa com valorização de 25% após IPO histórico em Angola

O Banco de Fomento de Angola (BFA) estreou-se com sucesso na bolsa de Luanda (Bodiva), com as suas ações a registarem uma valorização de 25% no primeiro dia de negociação. A operação, considerada o maior IPO da história de Angola, culminou com as ações a fecharem a 61.875 kwanzas, bem acima dos 49.500 kwanzas fixados na oferta pública inicial. Apesar do forte ganho, o volume de negociação no dia de estreia foi modesto, com apenas seis negócios que movimentaram 63 ações, num total de cerca de 3.600 euros. Este facto expõe as “limitações estruturais do mercado de capitais angolano”, onde a liquidez permanece um desafio. No entanto, a procura durante o IPO foi cinco vezes superior à oferta, com mais de 11 mil ordens de subscrição, o que, segundo a presidente executiva da Bodiva, revela “confiança nas empresas angolanas e no mercado de capitais”.

A operação incluiu a venda de participações por parte dos seus acionistas. O banco português BPI reduziu a sua exposição de 48,1% para 33,35%, vendendo uma participação de 14,75% por 103 milhões de euros.

Esta venda surge na sequência da pressão do Banco Central Europeu para que os bancos europeus diminuam a sua exposição a mercados africanos.

O CEO do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, já admitiu a possibilidade de reduzir ainda mais a participação no futuro.

A Unitel, controlada pelo Estado angolano, também vendeu 15% do capital.

Com esta operação, o BFA tornou-se a quinta empresa cotada na bolsa angolana e o terceiro banco, diversificando a sua base acionista com a entrada de 8.488 novos investidores.

Em resumo

A estreia do BFA na bolsa de Angola foi um sucesso, com uma valorização de 25% no primeiro dia, refletindo a forte procura no maior IPO da história do país. A operação permitiu ao BPI reduzir a sua participação, em linha com as diretrizes europeias, e demonstrou um sinal de confiança no mercado de capitais angolano, apesar dos desafios de liquidez.

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