A especulação começou com notícias na imprensa italiana, levando a Impresa a comunicar ao mercado no final da semana que o seu acionista maioritário, Francisco Pinto Balsemão, estava a desenvolver contactos exclusivos com o grupo MFE.

A empresa esclareceu inicialmente que não existia um acordo vinculativo, mas um comunicado posterior admitiu que "não se encontra afastada a possibilidade da aquisição por parte do MFE - MediaForEurope de uma participação relevante (direta ou indireta) para efeitos de controlo na Impresa".

A reação do mercado foi imediata e avassaladora.

Após a suspensão da negociação pela CMVM para permitir a absorção da informação, as ações, que tinham fechado a 0,126 euros na sexta-feira, dispararam, chegando a valorizar mais de 130% em dois dias e atingindo um máximo de 0,334 euros. Este interesse surge num contexto financeiro desafiador para a Impresa, que reportou prejuízos de 66,2 milhões de euros em 2024 e viu os prejuízos agravarem-se para 5,1 milhões no primeiro semestre de 2025.

Em março, o CEO Francisco Pedro Balsemão já tinha anunciado um plano para cortar 10% dos custos até 2028.

A potencial venda alinha-se com declarações do fundador Francisco Pinto Balsemão na sua autobiografia, onde admitiu preferir "vender tudo a aceitar uma solução minoritária".

Para o MFE, a operação enquadra-se no seu desafio de se tornar o principal operador de TV e media da Europa.