A forte valorização, que levou os títulos a negociarem acima dos 200 dólares, foi uma reação direta ao anúncio surpresa da sua entrada no lucrativo mercado de chips de Inteligência Artificial (IA) para centros de dados. Com esta decisão estratégica, a Qualcomm, líder no fabrico de processadores para dispositivos móveis, posiciona-se em concorrência direta com a Nvidia, a empresa que domina de forma esmagadora este segmento.

A empresa desvendou dois novos produtos: o processador AI200, que chegará ao mercado em 2026, e o modelo AI250, previsto para 2027.

Segundo a empresa, os novos chips oferecem “capacidade de memória superior para uma inferência de IA generativa mais rápida por uma performance superior em termos de dólar por watt”. A tecnologia baseia-se num tipo de processador já utilizado em smartphones para acelerar tarefas de IA localmente com baixo consumo de energia.

A Bloomberg detalha que o AI200 poderá ser adquirido como componente autónomo ou integrado em sistemas fornecidos pela própria Qualcomm, competindo diretamente com as ofertas da Nvidia.

A empresa já garantiu um cliente de lançamento, a startup saudita Humain, que planeia instalar 200 MW de capacidade de computação com estes novos chips. Este anúncio insere-se num contexto de euforia em torno da IA generativa, que tem sido um dos principais motores de crescimento das bolsas mundiais e responsável por uma subida de quase 24% no S&P 500 nos últimos seis meses.