Na quarta-feira, dia 3 de dezembro, a gigante tecnológica condicionou o desempenho de Wall Street após o anúncio de um corte nas metas de vendas de 'software' de Inteligência Artificial (IA). A justificação, segundo a 'research' do Millennium, foi a “resistência dos clientes a novos produtos”, o que impactou negativamente o sentimento de mercado em relação a um dos setores de maior crescimento.

Esta notícia contribuiu para uma abertura em terreno misto em Wall Street, com o Nasdaq a ser o mais penalizado.

No entanto, no mesmo dia, a empresa deu uma notícia positiva aos seus acionistas.

O conselho de administração da Microsoft anunciou a aprovação de um dividendo trimestral de 0,91 dólares por ação, agendado para março de 2026. Este anúncio de remuneração acionista funciona como um sinal de confiança na saúde financeira da empresa e na sua capacidade de gerar 'cash flow', mesmo num contexto de reajuste de expectativas no segmento de IA.

A dualidade das notícias reflete os desafios e as oportunidades que a Microsoft enfrenta.

Por um lado, a empresa está na vanguarda da revolução da IA, mas enfrenta a complexidade de monetizar as novas tecnologias e de gerir as expectativas do mercado. Por outro, a sua robustez financeira permite-lhe continuar a remunerar os seus investidores de forma consistente, o que atrai um perfil de investidor mais conservador.

O debate sobre a sustentabilidade do 'boom' da IA, mencionado em vários artigos, encontra no caso da Microsoft um exemplo prático das dificuldades de traduzir o potencial tecnológico em resultados imediatos.