Esta reação negativa do mercado eliminou mais de dois mil milhões de euros em capitalização bolsista, refletindo a surpresa e o ceticismo dos investidores face aos termos do negócio.
A desvalorização acentuada foi uma resposta direta ao anúncio de que a Galp iria trocar 40% da sua participação no bloco PEL 83, onde se localiza a promissora descoberta de Mopane, por participações em outras duas áreas operadas pela multinacional francesa, que passará a assumir a operação da licença.
A reação do mercado foi imediata e severa, com as ações a caírem 14,68% para 14,79 euros, tornando a Galp a principal responsável pelo desempenho negativo do índice PSI nesse dia.
A magnitude da queda apanhou os analistas de surpresa, levando a que, entre terça e quarta-feira, pelo menos dez casas de investimento cortassem o preço-alvo das ações da petrolífera.
A avaliação do Bank of America, por exemplo, estimou o valor do negócio em 1,9 mil milhões de dólares.
A falta de detalhes financeiros imediatos sobre a transação e a perceção de que a Galp estaria a ceder controlo e a diluir o potencial de uma das suas descobertas mais importantes contribuíram para a incerteza e para a fuga dos investidores.
Nos dias seguintes, a cotação da empresa tentou uma ligeira recuperação, mas o impacto inicial demonstrou a elevada sensibilidade do mercado a decisões estratégicas em projetos de grande escala e o ceticismo perante um acordo cujos benefícios a longo prazo não foram imediatamente claros para os acionistas.














