A ameaça tarifária do Presidente Donald Trump foi publicamente associada a questões políticas, nomeadamente o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro. O governo brasileiro, no entanto, procura manter as negociações no campo estritamente comercial. A queixa na OMC representa uma tentativa de contestar a legalidade das sobretaxas propostas. A medida também enfrenta oposição dentro dos EUA. A Câmara de Comércio Americana (Amcham) e outros grupos empresariais alertaram que as tarifas poderiam impactar 6.500 pequenas empresas, aumentar os custos para as famílias e reduzir a competitividade de setores estratégicos. Empresas como a Johanna Foods, que importa sumo de laranja, já recorreram a tribunais norte-americanos para anular a aplicação das tarifas, argumentando que o presidente excedeu os seus poderes ao vincular as taxas a uma questão política. O Brasil é um fornecedor crucial para os EUA em vários produtos, representando, por exemplo, entre 65% a 70% das importações de sumo de laranja e sendo o maior fornecedor de café.
