A queixa na OMC representa uma escalada na resposta do Brasil, que procura levar a disputa para o campo comercial e multilateral, distanciando-se das justificações políticas apresentadas por Washington. Internamente, a ameaça tarifária está a ser vista por alguns setores como um catalisador para acelerar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, que se arrasta há décadas. Otacílio Soares da Silva Filho, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira, defende que este cenário representa uma "oportunidade estratégica" para uma reaproximação "urgente" entre os dois blocos. Empresas como a gigante de motores elétricos Weg já admitem a possibilidade de usar a sua fábrica em Portugal para contornar as tarifas e continuar a exportar para o mercado norte-americano, demonstrando a agilidade do setor privado na busca por soluções. O governo brasileiro, por sua vez, tenta mobilizar o tecido empresarial americano, alertando para o impacto que as sobretaxas teriam em produtos essenciais como café, sumo de laranja e petróleo.
