No setor farmacêutico, a ameaça de taxas até 200% sobre medicamentos importados levou gigantes europeias e americanas com forte presença na Europa, como a Johnson & Johnson, Novartis e Roche, a anunciarem investimentos massivos em território norte-americano. A Novartis, por exemplo, confirmou um plano de 23 mil milhões de dólares para garantir que "todos os principais medicamentos da Novartis para doentes americanos sejam produzidos nos Estados Unidos". Da mesma forma, a multinacional brasileira Weg, fabricante de motores elétricos, admitiu publicamente que poderá usar a sua unidade industrial em Santo Tirso, Portugal, como plataforma para contornar as tarifas de 50% impostas aos produtos brasileiros. Esta estratégia de "nearshoring" ou "friend-shoring" ilustra como as empresas estão a adaptar-se a um ambiente comercial mais fragmentado, utilizando localizações estratégicas em países com acordos comerciais mais favoráveis para manter o acesso a mercados cruciais.
