Após sete cortes consecutivos, o BCE manteve a taxa de depósitos em 2,0%, um nível alinhado com a meta de inflação. Christine Lagarde justificou a decisão, afirmando que a instituição está "numa boa posição", mas que é necessário aguardar para avaliar o impacto das tensões comerciais. A presidente do BCE admitiu que se pode "dizer que estamos numa pausa", sublinhando que a incerteza em torno das tarifas torna as empresas "mais relutantes em investir". O BCE ainda não consegue determinar se os efeitos das tarifas serão inflacionários ou desinflacionários, pois enquanto as disrupções nas cadeias de abastecimento podem aumentar os preços, o redirecionamento de fluxos comerciais para a Europa com desconto teria o efeito oposto. Lagarde foi clara ao afirmar que "não excluiria nada" em relação a futuras decisões, incluindo a possibilidade de novas subidas de juros. A pausa na política monetária foi, assim, uma resposta direta à imprevisibilidade do cenário comercial, com o BCE a preferir aguardar por maior clareza antes de tomar novos passos.
