Durante a apresentação de resultados trimestrais, executivos da Weg reconheceram que a sua fábrica em Portugal poderá ser uma via para mitigar o impacto das tarifas de 50% que Donald Trump ameaça impor ao Brasil. A empresa, cujas receitas provenientes dos EUA representaram 48% do seu mercado externo, encara a situação com "cautela", mas confirmou ter "um plano de ação para mitigar parte desses eventuais impactos". A utilização da fábrica portuguesa permitiria à Weg exportar para os EUA a partir de um país da União Europeia, que negociou uma tarifa de 15%. Esta situação ilustra como as empresas multinacionais podem alavancar a sua presença geográfica para se adaptarem a um ambiente comercial fragmentado. A ameaça de Trump, que o governo brasileiro considera "arbitrária", também está a ser vista como uma oportunidade para acelerar a ratificação do acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul. Otacílio Soares da Silva Filho, presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Brasileira, defende que este cenário torna "urgente" uma reaproximação entre os dois blocos para diversificar os mercados e aumentar a competitividade da economia brasileira.
