Setores como o armamento, calçado, vestuário, vinhos e ourivesaria, com forte presença no Norte, estão entre os mais afetados. A indústria de armas, por exemplo, exportou 84 milhões de euros em 2024, dos quais 71% (60 milhões de euros) destinaram-se aos EUA, com grande parte da produção concentrada em Viana do Castelo. No setor do calçado, a preocupação não reside apenas no aumento da tarifa de 10% para 15%, mas também na incerteza sobre como serão taxados os principais concorrentes internacionais. Paulo Gonçalves, da APICCAPS, alertou: “Não sabemos ainda como serão taxados os principais concorrentes — China, Vietname, Índia e Brasil — que dominam 70% do mercado global”. Para o setor têxtil e do vestuário, as reações são mistas. Enquanto a ANIVEC vê uma potencial vantagem, uma vez que as taxas anteriores variavam entre 17% e 32% e agora serão uniformizadas em 15%, a ATP considera o acordo um “mal necessário”. O setor vitivinícola, com os EUA a serem o segundo maior destino dos vinhos portugueses, também enfrenta riscos significativos, com a região do Douro a ter exportado 36 milhões de euros para o mercado americano no último ano. O Governo português já ativou o programa “Reforçar” para mitigar estes efeitos, com milhares de empresas a solicitarem apoio através de linhas de crédito.
