A nova taxa de 15% acordada com a UE, embora melhor que a ameaça de 30%, preocupa a indústria de componentes, que teme ser mais penalizada que os fabricantes de veículos.
A Mercedes-Benz anunciou uma queda de 55,8% no lucro líquido do primeiro semestre, atribuindo-a, em parte, às tarifas. A Stellantis, que agrupa marcas como a Peugeot e a Fiat, passou de lucros a prejuízos de 2.256 milhões de euros, estimando um impacto anual das tarifas de 1,5 mil milhões de euros. Do outro lado do Atlântico, a Ford também reportou que as taxas alfandegárias lhe custaram dois mil milhões de dólares no primeiro semestre. A Associação de Fabricantes para a Indústria Automóvel (AFIA), em linha com a sua congénere europeia CLEPA, manifestou preocupação com a possibilidade de os fornecedores de componentes enfrentarem tarifas mais elevadas do que os construtores, o que distorceria a concorrência.
A AFIA saudou a "estabilidade" do acordo, mas alertou para o "efeito pernicioso sobre o produto final".
Em contraste, o Grupo Renault encontra-se relativamente protegido, uma vez que não tem presença no mercado norte-americano, escapando assim ao impacto direto das medidas.