A medida, negociada entre a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente norte-americano, Donald Trump, evita a imposição de taxas mais gravosas que chegavam aos 30%.
O acordo, embora visto por alguns líderes europeus como um "mal menor", representa uma cedência significativa por parte de Bruxelas e impõe novas condições ao comércio transatlântico. A tarifa de 15% sobre a generalidade dos bens europeus exportados para os EUA entrou em vigor a 1 de agosto, com o comissário europeu do Comércio, Maros Sefcovic, a saudar a medida como um reforço da "estabilidade para as empresas, bem como a confiança na economia transatlântica".
No entanto, a reação dos mercados foi negativa, com o euro a caminhar para a sua "pior semana face ao dólar desde 2022".
O pacto inclui ainda o compromisso da UE em adquirir 750 mil milhões de dólares em energia norte-americana e aumentar as compras de material militar, condições que especialistas consideram "irrealistas" e que a Comissão Europeia esclarece que dependem de decisões comerciais das empresas, atuando apenas como "facilitador".
Setores estratégicos como semicondutores, componentes aeroespaciais e certos produtos farmacêuticos foram isentos, mas as tarifas de 50% sobre o aço e o alumínio mantêm-se.
Perante este cenário, a UE mantém em prontidão um pacote de retaliação de 93 mil milhões de euros, aguardando a implementação total do acordo por parte de Washington. A antiga comissária Elisa Ferreira admitiu que o acordo "foi o mal menor", sublinhando que é "ganhar tempo e espaço de diálogo".