A medida, que impõe taxas alfandegárias a dezenas de países, intensificou a guerra comercial e provocou forte instabilidade nos mercados financeiros mundiais. O novo quadro tarifário, que afeta 68 países segundo algumas fontes e 92 segundo outras, estabelece taxas que variam consideravelmente, refletindo a estratégia protecionista de Donald Trump.
A União Europeia, o Japão e a Coreia do Sul enfrentarão uma tarifa de 15%, o Reino Unido de 10%, enquanto outros parceiros comerciais serão mais penalizados, como a Suíça (39%), a África do Sul (30%) e o Canadá (35%). O Brasil enfrenta uma das taxas mais elevadas, de 50%. A decisão de adiar a aplicação por uma semana visa permitir a atualização do calendário tarifário, enquanto prosseguem negociações com parceiros como a China e o México, que obteve um adiamento de 90 dias.
A reação dos mercados foi imediata, com as bolsas de Wall Street e da Europa a registarem fortes quedas. Segundo o analista Patrick O’Hare, da Briefing.com, "os investidores pensam que a Fed deverá baixar a sua taxa de juro de referência" para mitigar o impacto. O economista João Duque considera o adiamento uma "encenação típica de um homem de negócios", sugerindo que as negociações não estão fechadas e que Trump aguarda o resultado de outras medidas para definir o valor final das taxas.