Fabricantes de ambos os lados do Atlântico estão a ser forçados a rever estratégias, com alguns a aumentar os preços e outros a reportar impactos diretos nos seus resultados financeiros.
O setor automóvel é um dos mais afetados pela nova política comercial, com as tarifas a representarem um desafio sério para as cadeias de abastecimento globais. A Ford já reviu em alta as suas previsões de custos com tarifas para dois mil milhões de dólares anuais, com o seu CEO, Jim Farley, a afirmar: "A nossa fatura com tarifas é de dois mil milhões de dólares, e esse é um número líquido". A General Motors reportou um custo de mil milhões de dólares, enquanto o Grupo Volkswagen admitiu prejuízos de 1,5 mil milhões de dólares.
Em resposta, marcas de luxo como a Porsche e a Aston Martin já aumentaram os preços dos seus veículos no mercado norte-americano.
Um relatório da agência Fitch corrobora este cenário, prevendo que "a rentabilidade dos fabricantes europeus de automóveis irá diminuir em 2025 devido a perturbações relacionadas com as tarifas". A situação é agravada pela manutenção de uma tarifa de 25% sobre certos automóveis, para além da nova taxa de 15% sobre produtos da UE e de 10% sobre os do Reino Unido, o que afeta especialmente os segmentos de luxo com margens mais elevadas, como Porsche e Audi.