China e EUA Prorrogam Trégua Tarifária por Mais 90 Dias

A decisão, alcançada durante uma ronda de negociações em Estocolmo, oferece um alívio temporário à economia global, embora as divergências de fundo entre as duas maiores potências económicas persistam.

O entendimento, descrito como "construtivo" por representantes norte-americanos, estende a suspensão de tarifas que terminaria a 12 de agosto, evitando uma nova escalada nas tensões comerciais. Apesar do alívio, analistas do 'think tank' Gavekal Dragonomics indicam que Pequim demonstra estar "pouco preocupada" com a situação, uma vez que as perdas nas exportações para os EUA têm sido compensadas por ganhos noutros mercados, em parte através de comércio triangular via países do Sudeste Asiático.

Segundo esta análise, o principal objetivo de Trump poderá ser "marcar uma viagem à China no outono, quando poderia fechar um acordo com Xi Jinping, cara a cara".

A trégua comercial anterior já tinha tido um efeito positivo na atividade industrial chinesa, mas dados recentes do PMI (índice de gestores de compras) mostram que as tarifas elevadas, que se mantêm em vigor, voltaram a penalizar o setor em julho. Pequim continua a defender que Washington necessita de rever as suas "perceções distorcidas" sobre o desenvolvimento chinês para se alcançar uma relação económica mais estável e pragmática.