Com taxas que variam entre 10% e 100%, a medida afeta dezenas de parceiros comerciais e intensifica as tensões na economia mundial. Justificadas por Donald Trump como “recíprocas”, as novas regras estabelecem uma tarifa mínima global de 10% e taxas mais elevadas para países com os quais os EUA mantêm um défice comercial.
Entre os alvos estão parceiros estratégicos como o Canadá (35%), a União Europeia (15%), a Índia (50%) e o Brasil (50%).
A China, epicentro de disputas anteriores, viu a sua trégua tarifária estendida até 12 de agosto, enquanto o México conseguiu um prolongamento de três meses nas negociações. A implementação destas medidas ocorre num contexto de crescente preocupação com a economia norte-americana, que deu sinais de fragilidade com um crescimento do PIB no segundo trimestre impulsionado artificialmente por uma queda acentuada nas importações e com dados dececionantes sobre a criação de emprego. A política tarifária é uma peça central da estratégia de reposicionamento dos EUA, funcionando como uma extensão da política externa para penalizar países com práticas comerciais consideradas “indesejadas” ou desalinhadas com os interesses americanos.
A incerteza gerada por esta abordagem já está a impactar os mercados globais e a forçar empresas e governos a reavaliar as suas estratégias comerciais e cadeias de abastecimento.