Fabricantes europeus, japoneses e até americanos enfrentam quebras de lucros e disrupções nas cadeias de abastecimento, refletindo a vulnerabilidade do setor a tensões comerciais.
Os efeitos financeiros são visíveis nos resultados semestrais das grandes construtoras.
O grupo Volkswagen reportou uma quebra de 26,6% nos lucros, com um impacto tarifário estimado em 1,3 mil milhões de euros, afetando marcas como Audi e Porsche.
A Mercedes-Benz e a Volvo Car também reportaram perdas significativas.
No Japão, a Toyota viu os seus lucros caírem 37% e a Honda 50%, atribuindo diretamente estes resultados às taxas aduaneiras.
A Nissan enfrenta perdas e um plano de reestruturação que inclui milhares de despedimentos.
A tarifa de 15% aplicada à UE e ao Japão, embora inferior aos 27,5% anteriormente em vigor para os veículos japoneses, continua a pressionar as margens. A situação é agravada para modelos produzidos em geografias específicas, como os da Audi fabricados no México, que enfrentam uma taxa de 25%. A crise não se limita a empresas estrangeiras; construtoras americanas como a Ford e a General Motors também foram penalizadas em centenas de milhões de euros, devido à sua dependência de componentes importados, nomeadamente do México, o que demonstra a natureza interligada e global da cadeia de valor automóvel.