Pequim abriu o seu mercado a produtos como o café brasileiro, ao mesmo tempo que a sua própria trégua tarifária com Washington se aproxima do fim. Numa manobra comercial com claras implicações geopolíticas, a China autorizou 183 empresas brasileiras a exportar café para o seu mercado, poucos dias após os EUA terem imposto uma tarifa de 50% sobre o mesmo produto.
Esta ação posiciona Pequim como um mercado alternativo crucial para nações penalizadas pela política comercial americana, fortalecendo a sua influência global.
A China, que já é o principal parceiro comercial do Brasil, aprofunda assim os seus laços económicos com a maior economia da América Latina.
Este movimento ocorre num momento crítico, com a trégua tarifária entre a China e os EUA a expirar a 12 de agosto, o que poderá levar a uma nova escalada de tensões. Entretanto, os dados alfandegários chineses revelam uma queda de 23% nas vendas de terras raras em julho, um setor onde a China detém um quase monopólio e que já utilizou como ferramenta de pressão no passado. A combinação destas ações sugere uma estratégia calculada por parte de Pequim para navegar no volátil cenário comercial, usando o acesso ao seu vasto mercado como moeda de troca enquanto gere os seus próprios pontos de pressão.