A medida visa forçar a produção de medicamentos para os Estados Unidos, gerando grande apreensão no setor, incluindo em Portugal, cujas exportações para o mercado americano são significativas. Numa entrevista à CNBC, Donald Trump detalhou o seu plano, afirmando que começaria com uma “pequena tarifa” sobre os produtos farmacêuticos, mas que esta aumentaria para 150% no prazo de um ano e meio, e posteriormente para 250%.
O objetivo, segundo o presidente, é claro: “Queremos bens farmacêuticos produzidos no nosso país”.
Atualmente, estes produtos não pagam tarifas de importação nos EUA.
A ameaça surge numa altura em que o Departamento do Comércio norte-americano já investiga o impacto das importações farmacêuticas na segurança nacional, ao abrigo da Secção 232.
Esta política de pressão já levou empresas como a Eli Lilly e a Johnson & Johnson a anunciar novos investimentos nos EUA.
Para Portugal, o impacto pode ser considerável, uma vez que os produtos farmacêuticos representaram 1,17 mil milhões de euros das exportações para os EUA em 2024, sendo um dos setores mais relevantes na relação comercial bilateral.
O anúncio já teve repercussões, com empresas como a alemã Bayer a reportarem uma queda de 44% nos lucros, atribuindo parte do resultado negativo aos impactos regulatórios nos EUA e na Europa.