A quebra de quase 40% nas vendas em junho evidencia a antecipação dos empresários face a um novo e desafiante panorama comercial. Os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) revelam que, em junho de 2025, as exportações de bens para os Estados Unidos registaram uma variação homóloga nominal de -39,4%, antes mesmo da entrada em vigor das novas taxas.
Esta contração foi sentida principalmente no setor dos produtos químicos.
A quebra abrupta reflete a incerteza e a tentativa das empresas de se ajustarem a um ambiente comercial mais hostil. Em resposta, o Ministro da Economia e da Coesão Territorial, Manuel Castro Almeida, reuniu-se com cerca de 30 associações setoriais, que representam mais de 90% das exportações para o mercado norte-americano, para auscultar as preocupações e validar as medidas de apoio. O Governo ativou o programa "Reforçar | Competitividade, Exportação e Internacionalização", que inclui linhas de crédito do Banco Português de Fomento (BPF) e subvenções não reembolsáveis do PT2030 para apoiar a diversificação de mercados. Segundo o ministro, os empresários validaram as medidas, e o passo seguinte será o reforço dos seguros de crédito à exportação.
A AICEP terá um papel central na identificação de necessidades específicas das empresas. Analistas económicos, como Filipe Garcia, alertam que as tarifas representam um "problema de competitividade para as exportações portuguesas" e "uma ameaça para o crescimento das empresas", afetando setores como têxteis, cerâmica, vidro e bebidas.