A medida, que estabelece taxas entre 10% e 50%, representa uma das mais significativas alterações no comércio internacional das últimas décadas.

As tarifas, descritas pela administração norte-americana como "recíprocas", foram implementadas a 7 de agosto, após vários adiamentos.

O plano inclui um mínimo global de 10% e impostos a partir de 15% para os países com os quais os EUA consideram ter um défice comercial. O Brasil é um dos mais penalizados, com uma taxa de 50%, enquanto a União Europeia e o Japão negociaram uma taxa geral de 15%.

A ONU classificou a medida como uma "notícia desanimadora", alertando que "todas as guerras comerciais são ruinosas e devem ser evitadas".

O secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, defendeu a política, estimando que poderá arrecadar cerca de 50 mil milhões de dólares por mês em receitas.

No entanto, analistas económicos alertam para as consequências negativas.

Um estudo da Fedea, citado nos artigos, estima que, no pior cenário de retaliação, o PIB global poderá contrair 3,38% e o dos EUA até 3,78%.

O economista Filipe Grilo perspetiva que "os mercados vão reagir violentamente e perceber que os efeitos das tarifas vão ser devastadores", enquanto outros especialistas apontam para um aumento da inflação e um abrandamento do crescimento económico global, com os consumidores norte-americanos a serem os "principais prejudicados". A economia dos EUA já começa a sentir os efeitos, com estudos a apontar para uma desaceleração no setor industrial e um aumento do desemprego.