A medida, justificada por Washington com pressões relacionadas com o processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, já está a impactar setores chave como o do calçado e o de armamento.
A Associação Brasileira da Indústria do Calçado (Abicalçados) estima que a tarifa afetará 80% dos exportadores do setor, podendo levar à perda de até 20.000 empregos e a uma queda de 9% nas exportações nos próximos meses. Numa ação mais direta, a Taurus, maior fabricante de armas do Brasil, anunciou que irá transferir parte da sua linha de montagem para a sua fábrica nos Estados Unidos a partir de setembro, de modo a contornar as taxas.
O diretor executivo da empresa, Salesio Nuhs, classificou a medida como "necessária para minimizar os efeitos da guerra comercial".
Em resposta à imposição, o governo brasileiro apresentou um "pedido de consultas" na Organização Mundial do Comércio (OMC), argumentando que as tarifas "violam flagrantemente compromissos centrais" assumidos pelos EUA.
O Presidente Lula da Silva afirmou que não se irá "humilhar", mas o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou novas conversações com o Tesouro norte-americano, mostrando abertura ao diálogo.














