As medidas protecionistas estão a pressionar as margens e a forçar uma reavaliação das estratégias de produção e exportação num mercado já desafiado pela concorrência e pela transição energética.
As empresas japonesas foram particularmente afetadas.
A Toyota, líder mundial, anunciou uma queda de 37% no seu lucro líquido entre abril e junho, atribuindo-a principalmente às tarifas, cujo impacto anual estima em 1,4 biliões de ienes (cerca de 8,1 mil milhões de euros). A Honda registou uma quebra ainda mais acentuada, de 50,2% nos lucros do mesmo período, citando igualmente o efeito das tarifas e uma taxa de câmbio desfavorável.
Na Alemanha, o cenário é semelhante.
O Grupo Volkswagen viu os seus lucros caírem 26,6%, com as suas marcas premium Audi e Porsche a serem fortemente penalizadas.
A Mercedes-Benz e a BMW, que possuem fábricas nos EUA, estão em melhor posição para mitigar os efeitos, mas ainda assim reportaram quebras de 55,8% e 29%, respetivamente, nos seus lucros. O acordo entre os EUA e a UE fixou a tarifa sobre os automóveis em 15%, um valor que, embora inferior à ameaça inicial de 27,5%, continua a representar um "encargo para as exportações europeias", como referiu a BMW. A instabilidade comercial é tal que o analista Jeff Pu já aponta as políticas comerciais como a principal causa para um potencial aumento de preço do futuro iPhone 17.














