A medida, que afeta mais de 90 países, está a gerar consequências económicas visíveis tanto a nível interno como global.

Calculada pela Organização Mundial do Comércio e pelo Fundo Monetário Internacional, a taxa teórica de 20,1% contrasta fortemente com os 2,4% registados no início do mandato de Trump em 2025. O secretário do Tesouro, Scott Bessent, justificou a política como uma forma de "reequilibrar" o défice da balança corrente dos EUA, que em 2024 ascendeu a 1,18 biliões de dólares. O governo norte-americano espera arrecadar cerca de 50 mil milhões de dólares por mês com as novas taxas.

No entanto, os efeitos negativos já se fazem sentir na economia dos EUA, com indicadores a apontarem para uma queda na produção, aumento do desemprego e agravamento da inflação.

O economista Paul Krugman, vencedor do Nobel, classificou as tarifas como "claramente ilegais" e parte de uma "guerra de classes".

A ONU descreveu a situação como uma "notícia desanimadora", alertando que "todas as guerras comerciais são ruinosas".

O setor do retalho nos EUA enfrenta um cenário de "caos", com 82% dos retalhistas a afirmarem já ter sido afetados e 62% a admitirem não conseguir manter-se financeiramente saudáveis por mais de nove meses se as tarifas elevadas se mantiverem.