Tóquio exige uma retificação com efeito retroativo, com Washington a reconhecer a falha administrativa e a comprometer-se a corrigir a ordem executiva.

O diferendo surgiu após a entrada em vigor das novas taxas, que não concederam ao Japão o tratamento favorável que este acreditava ter garantido.

O acordo, alcançado a 22 de julho, previa uma tarifa fixa de 15% para as importações japonesas, significativamente inferior aos 25% anteriormente ameaçados.

O negociador japonês, Ryosei Akazawa, classificou a situação como "extremamente lamentável" após uma reunião de três horas com os secretários do Comércio e do Tesouro dos EUA.

A indústria automóvel japonesa, um pilar da sua economia de exportação, foi particularmente afetada. A Toyota Motor, líder mundial do setor, anunciou uma revisão em baixa de 16% na sua projeção de lucro operacional anual, estimando um impacto negativo de cerca de 2,6 mil milhões de euros devido às tarifas.

A empresa explicou que a queda nos lucros se deve principalmente "ao impacto das tarifas dos Estados Unidos e outros fatores".

O acordo original também previa a redução das tarifas sobre automóveis e peças de 27,5% para 15%, em troca de um investimento maciço do Japão na economia norte-americana, cuja data de aplicação permanece incerta.