A ViniPortugal alerta que a medida pode resultar num aumento de 30% no preço do vinho para o consumidor final, penalizando especialmente os segmentos de preços mais baixos e colocando a UE em desvantagem competitiva. Frederico Falcão, presidente da ViniPortugal, considera a tarifa "muito danosa", prevendo uma potencial redução do consumo e o risco de os importadores norte-americanos pressionarem os produtores portugueses a baixar os preços para absorver o impacto, uma margem que muitos não possuem.

A situação coloca a UE numa posição mais desfavorável em comparação com países como o Chile e a Argentina, que enfrentam uma tarifa de apenas 10%. A indústria de bebidas alcoólicas em geral está em alerta, com 57 organizações do setor a enviarem uma carta ao Presidente Trump, avisando que a tarifa poderá colocar em risco 25.000 empregos nos EUA e quase 2 mil milhões de dólares em vendas. Em resposta, empresas como a Diageo estão a reforçar os seus programas de eficiência para mitigar um impacto estimado em 173 milhões de euros anuais. O governo português já se reuniu com mais de 40 associações e aprovou o programa "Reforçar", um pacote de mais de 10 mil milhões de euros em linhas de crédito e garantias bancárias para apoiar as empresas nacionais afetadas.