O Secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que as tarifas "recíprocas" impostas pelos Estados Unidos podem ser reduzidas ao longo do tempo se os desequilíbrios comerciais melhorarem. Bessent comparou as tarifas a um "cubo de gelo a derreter", sugerindo que não são uma medida permanente. Numa entrevista ao jornal japonês Nikkei, Bessent explicou que o objetivo principal das tarifas é "reequilibrar" o défice da balança corrente dos EUA, que atingiu o valor massivo de 1,18 biliões de dólares em 2024.
Alertou que um défice desta magnitude poderia levar a uma crise financeira.
A estratégia passa por incentivar um "regresso da produção" aos Estados Unidos, o que resultaria em menos importações e numa relação comercial mais equilibrada.
Bessent classificou as negociações com economias não-mercantis como a China como "difíceis", devido aos seus objetivos distintos, destacando a sobreprodução chinesa e as exportações a preços extremamente baixos como um "programa de emprego" em vez de uma atividade orientada para o lucro.
Mostrou-se confiante de que o acordo comercial com o Japão, que inclui um pacote de investimento massivo nos EUA, ajudará a alcançar o "equilíbrio" desejado.
Em resumoA administração norte-americana encara as tarifas como uma ferramenta flexível para corrigir desequilíbrios comerciais, com potencial para redução à medida que as condições melhorem. O Secretário do Tesouro Bessent enquadrou a política como uma medida necessária para enfrentar o enorme défice comercial dos EUA e incentivar a produção interna, sinalizando uma estratégia de comércio gerido a longo prazo em vez de uma barreira protecionista permanente.