A medida já está a provocar reações nos mercados e respostas estratégicas por parte das empresas, enquanto figuras de relevo como a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde, alertam para o impacto na economia europeia.
A nova pauta aduaneira é vista com preocupação pelas instituições financeiras.
Christine Lagarde admitiu que o acordo estabelece uma "tarifa média efetiva estimada" entre 12% e 16%, valor que considerou estar "um pouco mais elevado", embora "próximo", das premissas utilizadas nas projeções de base do BCE. A presidente do BCE alertou ainda para a "incerteza à volta das tarifas e o seu impacto", sublinhando que o crescimento do bloco europeu poderá abrandar.
Esta instabilidade está a levar as empresas a repensar as suas estratégias de exportação.
Um dos reflexos diretos é a crescente procura por mercados alternativos para diversificar o risco. Empresas portuguesas, por exemplo, estão a explorar os países nórdicos, que, apesar de não terem a mesma dimensão dos mercados tradicionais, oferecem uma oportunidade para "mitigar, em parte, os obstáculos tarifários colocados pelo mercado americano". Segundo a Associação Empresarial de Portugal (AEP), existe "um potencial enorme para elevar o peso ainda pouco expressivo das exportações portuguesas para os mercados nórdicos".
O Governo português já reconheceu que as tarifas de Donald Trump irão prejudicar sobretudo os setores tradicionais da indústria nacional. No seio da indústria, a Associação Europeia de Fornecedores Automóveis (CLEPA) defende a implementação de um teto tarifário único de 15% para setores-chave, de modo a assegurar a previsibilidade necessária ao planeamento industrial.














