Esta decisão, que abrange também aviões e medicamentos genéricos, provocou reações distintas nos setores económicos, com a indústria corticeira a celebrar uma vitória importante num contexto de crescente protecionismo.

A divulgação do acordo, que detalhou as isenções e os setores afetados, como os automóveis, produtos farmacêuticos e semicondutores, foi recebida com alívio pelo setor da cortiça, mas com apreensão pelas indústrias vinícola e farmacêutica, que agora enfrentam a nova taxa. A Presidente do BCE, Christine Lagarde, admitiu que a tarifa média efetiva, estimada entre 12% e 16%, se situa “um pouco mais elevada” do que as projeções base do banco central.

O impacto mais visível desta medida sentiu-se na bolsa de Lisboa, onde a Corticeira Amorim, principal beneficiária da isenção, viu as suas ações dispararem mais de 5%, impulsionando o índice PSI para um valor superior a 8.000 pontos pela primeira vez desde abril de 2011.

Este desempenho notável contrastou com a incerteza que se instalou noutros mercados. O CEO da Portocargo, por exemplo, alertou que as tarifas criam “grandes dúvidas” e dificultam a tomada de decisões empresariais, refletindo um sentimento de instabilidade que se estende a várias empresas com exposição ao mercado norte-americano.